18 de novembro de 2011

ELA CHOROU E EU ACREDITEI!

Pasmem!...Eu ví a presidenta Dilma chorando!
Pasmem mais ainda!...E eu acreditei!
Sou apolítico. Não pela política em si, mas pelos políticos (pelo menos os nossos).
Nunca acreditei nessa "gente", ou melhor: Nunca deram-me motivos pra isso.
É decepção em cima de decepção. Não falo dos políticos dos palanques (esses são bons), e sim dos políticos de gabinetes.
Políticos são exterminadores de esperanças, arrogantes, hipócritas!
Eles massacram, humilham e aleijam povos e nações (independente de sigla partidária, se é de direita ou esquerda, se é situação ou oposição).
Hoje, algo estranho aconteceu comigo.
Num noticiário de TV enquanto eu passava o primeiro café da manhã, Dilma apareceu chorando. Ela participava de um evento que eu nem sei de que se tratava, e estavam lá duas lindas crianças que só agora resolvemos chamá-las de especiais, pois são portadoras de síndrome de down. A presidenta durante seu discurso não aguentou e chorou.
Aquela cena balançou meu coração e tive que, pela primeira vêz na minha vida, acreditar que aquele choro de político era de verdade.
Aí eu pensei: Caraca!!!!! Existe um político que chora de verdade! Ela tem coração!
Pra mim, aquela mulher naquele momento transmitiu verdade e sentimento.
Claro que também pensei por uns instantes: Ela tá chorando por que as crianças são filhas dos políticos Romário e Lindbergh Farias e se fossem do Zé da Esquina ela nem se importaria.
Mas, meu coração ignorou isso e se manteve irredutível em acreditar que o choro era de verdade, independente de quem fosse os pais das crianças especiais.
Ela chorou e eu acreditei! Será que estou vendo coisas?.
Será que posso começar a ter um fiozinho de esperança?
Quem chora é porque tem sentimento.
Quem tem sentimento é gente. E gente ama, respeita e doa-se.
As crianças especiais e o Brasil precisam de gente que chora e doa-se, assim como precisam de gente que acredita em políticos.
Eu vou fazer o possível para ver mais políticos chorando.
Chora mais, presidenta!

15 de novembro de 2011

O BABACA (e cara-de-pau) VESTIU VERDE!

Um vereador babaca de Itajaí que nunca havia aparecido no Rio do Ouro (nem pra assistir um jogo nem pra perguntar se o Juca tava precisando de alguma coisa para melhorar o único campo de futebol do nosso bairro), domingo na hora da premiação dos vencedores do campeonato amador de futebol  2011organizado pela LID (Liga Itajaiense de Desportos) onde a imprensa tava toda lá, eis que ele surge dentro do gramado junto com as demais autoridades esportivas.
O babaca vestiu um agasalho verde...e saiu na foto.
O Juca tava com razão em ficar irritado.
O Juca (dono do Rio do Ouro) foi extremamente elegante, pois pediu para ele retirar-se do gramado deixando apenas as autoridades esportivas, atletas, dirigentes e imprensa, mas o edil negou-se a sair, como se ele fosse o dono.
O Juca bem que poderia chamar a PM para retirá-lo de lá, mas para evitar vexame,assim deixou.
Aproveitador!
Xô, raça ruim!

17 de setembro de 2011

A Ceia

Por volta de mil oitocentos e noventa, Itajaí engatinhava e os recursos, obviamente, eram escassos.
Fósforo era um.
Contava meu saudoso pai que seus avós moravam nas terras onde hoje localiza-se a igreja do Santíssimo Sacramento e labutavam na lavoura como meeiros, distante oito quilômetros dali.
Sua avó se encarregava dos afazeres domésticos, inclusive de manter acesa a chama do fogo do fogão a lenha enquanto seu avô e filhos maiores estavam na roça, caso contrário era muito difícil principiar novamente o fogo, tendo em vista a escassez do fósforo, considerado uma especiaria de luxo para eles.
Numa tarde, por descuido o fogo apagou-se.
Apavorada, pois precisava do fogo para o preparo da ceia, não teve dúvida, colheu um chumaço grande de algodão da própria horta no quintal da choupana, fisgou-o na ponta de uma estaqueta e com uma espingarda, disparou contra o alvo de algodão, obtendo de volta o fogo e assim, reacendendo o fogão.
A ceia daquela noite estava garantida.

16 de setembro de 2011

A bonequinha da janela

Desde muito tempo ando “cismado” com uma cena que vejo todos os dias quando acordo.
Numa velha e estranha casa vizinha a minha, onde raramente se vê o único senhor que nela mora, numa das janelas da frente, há sempre uma bonequinha pelo lado de dentro a espreitar a rua.
Naquela casa não há mais ninguém além daquele senhor que pouco se vê, muito menos uma menina, que justificaria aquela boneca ali.
Já cheguei a me aproximar ao máximo da janela para tentar entender e decifrar aquele enigma. Onde talvez o enigma esteja apenas em minha cabeça, sei lá.
Ela sempre está ali, fria, imóvel... e a meu ver, sem razão de ali estar.
Quando passo, olho pra boneca na esperança de buscar um significado.
Muitas coisas já se passaram na minha cabeça...
...coisas do tipo: Aquele senhor sozinho devia ter uma filhinha em algum lugar do passado, e deste passado só lhe restou a boneca, ou, aquilo representa a filha que ele não teve e queria ter tido....
Não tenho assim tanta intimidade com aquele senhor para lhe perguntar a razão e assim a dúvida e a curiosidade continuam.
A casa é velha, acabada, sem gente, sem vida...
Talvez a bonequinha na janela esteja ali pra amenizar a tristeza que emana daquele lar.
E não há coisa pior de que um lar triste, sem vida, sem crianças.
Quando tirarem dali a bonequinha, por certo a casa cairá.

15 de setembro de 2011

De mala e cuia



A imagem aí ao lado não saiu como eu queria, mas a mensagem eu posso explicar: Tratava-se de uma família que estava "fugindo" da enchente que assolou Itajaí agora em setembro/2011. O esposo já estava quase atravessando a avenida de moto carregando trouxas de roupas, filho, bolsas, panelas etc..., enquanto a esposa com os outros dois meninos e o cachorrinho aguardava para atravessar e procurar refúgio na parte mais alta do bairro.
Fiquei pensando: ...com certeza só tiraram o que de mais essencial tinham e o que puderam... e agora devem estar indo para um abrigo da defesa civil, casa de amigos ou parentes...e quando as águas baixarem, eles voltarão pra ver se a casinha ainda estará por lá...
Agora, quatro dias após o término da enchente voltei a pensar neles... “Será que retornaram? A casinha ainda estava lá, Quem era aquela gente?... Será que perderam muita coisa"?

Me conformei quando conduzi meu pensamento para esta constatação: “Se perderam, logo recuperarão, as coisas por aqui sempre se recuperam, e logo terão tudo novinho de novo..." que bom!.

Para esquecer isso, ligo a TV ... e a defesa civil está avisando: É possível que em outubro ou novembro tenhamos outra enchente...